Domínio
próprio (ou temperança, em algumas versões); A palavra grega significa senhorio
forte e pesado, capaz de controlar nossos pensamentos e ações.
Uma mãe escreveu uma vez paraseu
filho, enquanto ele ainda era estudant, assim: "Tudo que aumenta a autoridade do corpo sobre a mente é mau."
Esta definição me ajudou a compreender "domínio próprio".
A
falta de domínio próprio já derrubou reis e tiranos. A história ilustra isto.
Alguém disse uma vez: "Existem
homens que podem comandar exércitos, mas não podem comandar a si mesmos.
Existem homens que com suas palavras inflamadas podem cativar multidões, que
não conseguem ficar quietos diante de provocações ou insultos. O maior sinal de
nobreza é o domínio próprio. Ele é mais sinal de realeza do que coroa e
púrpura."
Alguém mais disse também:
"Não nos aplausos de uma multidão,
Não no clamor que entra lá de fora;
Está em nós derrota ou vitória."
Esta
história passada e presente ilustra como os excessos de um apetite incontrolado
e dos desejos carnais trazem desgraça à nossa vida.
Duas
são as causas do pecado da intemperança, da falta de domínio próprio : uma é o
apetite físico; a outra são os hábitos da mente. Quando alguém fala em
temperança ou moderação, logo pensamos em bebidas alcoólicas. Isto se deve aos
grandes defensores da moderação que durante muitos anos tentaram erradicar este
veneno que prejudica tantas pessoas no mundo. Mas por alguma razão nós
aprovamos a glutonaria, que a Bíblia condena tanto quanto a embriaguez. Também
temos a tendência de fechar um olho diante de indelicadeza, fofocas, orgulho e
inveja. Em todas estas áreas também precisamos ter domínio próprio.
A
Escritura diz: "Porque os que se inclinam para a
carne cogitam (têm suas mentes presas em) das coisas da carne; mas os que se
inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito" (Rom. 8:5). Moderação ou domínio próprio, fruto do Espírito, é a
vida normal do cristão na prática.
Domínio
próprio em coisas de comida é moderação. Domínio próprio com respeito ao álcool
é sobriedade.
Domínio
próprio em assuntos de sexo é abstinência para os que não são casados. Mesmo
nós que estamos unidos às vezes precisamos de domínio próprio, quando nós nos
abstemos da atividade sexual lícita, por mútuo consentimento, para nos
dedicarmos melhor ao estudo da Palavra de Deus, à oração e às boas obras (veja 1
Cor. 7:5).
Temperança
quanto ao nosso temperamento é domínio sobre ele. Há poucos dias eu estava
junto com um homem que estacionou em uma área proibida no aeroporto. Um
funcionário lhe pediu gentilmente que estacionasse um pouco adiante, onde fosse
permitido. Ele respondeu com nervosismo: "Se
você não tem farda de policial, então cale a boca." Este cristão
estava tão nervoso e tenso por causa das responsabilidades que pesavam sobre
ele que tinha perdido quase todo o controle sobre seu temperamento. Ele não
tinha mais temperança. O seu pecado era tão grande como se estivesse bêbado.
Domínio
próprio quanto a roupas é modéstia apropriada. Domínio próprio na derrota é
esperança.
Domínio
próprio em relação aos prazeres pecaminosos é nada menos que abstinência
completa. Salomão escreveu: "Vale mais ter paciência do que ser
valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras"
(Prov. 16:32). A Bíblia Viva faz uma
paráfrase da última parte do versículo: "É melhor ter domínio
próprio do que comandar um exército." O autor de Provérbios disse ainda: "Quem não sabe se
controlar é tão sem defesa como uma cidade sem muralhas" (25:28).
Paulo
ensinou a importância do domínio próprio. Qualquer atleta que queira ganhar uma
corrida deve treinar até controlar totalmente o seu corpo, diz ele aos seus
leitores. E enfatiza que o prêmio não é uma coroa perecível, mas uma que dura
para sempre: "Todo atleta em tudo se domina;
aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. ...
Eu esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a
outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Cor. 9:25, 27).
Na
lista que Pedro faz das virtudes do cristão, ele diz: "Associai...
com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança"
(2 Pedro 1:5, 6). Todos estes andam
juntos. E não resta dúvida que se deixarmos nossas paixões nos governarem o
resultado final será bem menos desejável do que imaginamos no momento do
prazer.
Quem
pode dizer onde termina o domínio próprio e começa a intemperança? Alguns
cristãos têm uma consciência bem elástica quando se trata dos seus pontos
fracos – e uma consciência de ferro quando se trata das fraquezas dos outros.
Talvez seja esta a razão de ser tão fácil para muitos cristãos condenar alguém
que toma um copo de vinho ocasionalmente, mas nunca se repreendem por comer
demais, que é pecado da mesma forma. Comer demais é um dos pecados mais aceitos
e praticados entre os modernos cristãos ocidentais. É fácil condenar um
adúltero, mas como o que condena tem direita para tanto, se ele mesmo é culpado
de alguma outra forma de intemperança? Não deveríamos todos ter as mãos limpas
e o coração puro em tudo? Um tipo de escravidão é mais errado do que outro, em
princípio? Não estamos igualmente amarrados, se o que nos prende são cordas ou
cabos de aço? Os desejos que controlam uma pessoa podem ser diferentes dos que
controlam outra. Alguém que deseja ardentemente possuir coisas é tão diferente
de alguém que deseja sexo, jogos, ouro, comida, bebida ou drogas?
Nunca
foi tão necessário ter domínio próprio em todas os aspectos da vida como hoje.
É imperativo que os cristãos sejam o exemplo em uma época em que violência,
egoísmo, apatia e vida indisciplinada tentam destruir este planeta. O mundo
precisa deste exemplo – algo firme em que possa segurar, uma âncora em mar
bravio.
Durante séculos
os cristãos pregaram que Cristo é a âncora. Se nós, que temos o Espírito Santo
vivendo e atuando em nós, falhamos e caímos, que esperança resta para o mundo?
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